quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Entrevista com Marcus Mota. Raphael Vitali



Entrevista com Marcus Mota.

a) Você disse que foram feitas várias adaptações do texto original para chegar à versão que foi utilizada no espetáculo e aceita pelo Hugo Rodas. Quais os principais aspectos que você destacaria como fatores estruturantes da adaptação deste texto?
b) Ao adaptar o texto, você teve as preferências do diretor também em mente? É importante o dramaturgo ter uma cumplicidade com diretor, ou não faz diferença? Por que?
c) Você ao adaptar o texto não acrescenta as rúbricas. Por que?
d) Na sua opinião, existe algum preconceito entre as produções contemporâneas com relação aos textos clássicos?
e) Como você percebe a transição do texto para o corpo do ator? Através da imaginação? Como?
e) Descreva os principais passos, ou etapas do processo criativo relacionado às músicas na versão do espetáculo em comparação ao coro do texto original.


1- trazer as falas e o contexto de disputa entre dois irmão para a contemporaneidade. Integrar cena e música. O que fiz não foi bem uma adaptação, mas um novo texto com citações da peça de Ésquilo. Mais ainda, é um ensaio, uma discussão conceitual que se expressa cenicamente. Aquilo que no texto estaria implícito, eu explicitei.

2-Escrevendo para o Hugo eu deixo em aberto rubricas de espaço.Melhor que escrever com a cumplicidade com o diretor, é escrever já tendo um grupo de atores em mente.

3- Respondi na 2.

4- Muito no Brasil. Pela ignorância, e pela tradição modernista ainda vigente nas artes cênicas. Lembrar que grande parte de autores que ajudam a formar as ideias em artes cenicas no brasil, como Artaud, possui um relação complicada com suas tradições locais. O passado é um fardo.

5- Neste espetáculo tudo foi mais marcado. Perguntar para o Hugo.

6- Eu nunca tive a pretensão de fazer como era feito, pois teria que ter um coro de verdade. A ideia do coro foi transposta para o debate entre as personagens e para as canções em cena. Eu tinha escrito durante as primeiras semanas a abertura, para marcar algo mais guerreiro e épico, a partir de ideias de David. E a primeira canção. A partir das necessidades e das sugestões do Hugo fui escrevendo cada música. Senti a falta de um grupo coral ou de cantores líricos. Daí inseri a AIda, mas ela só pode estar conosco no fim dos ensaios. Haveria no roteiro espaço para mais músicas, tanto instrumentais, quanto vocais, mas quando foi dado o fim da peça, com os cortes textuais, foi suprimido isso. Entendi, pois se a peça não dura muito tempo, muita interrupção musical iria direcionar a peça para uma outra estética, ou iria entrar em choque com as falas. Para eu compor, primeiro me baseio muito no contexto da peça e no que me é solicitado. Neste espetáculo, como a coisa que é trabalhada é a de uma força destruidora que comanda as vidas das pessoas ou as pessoas assumem essa força que as move, eu pensei que poderia traduzir isso em termos musicais com o uso de técnicas de composição de musica popular como os riffs, que são frases que são repetidas. Todas as músicas foram compostas em cima de riffs. A primeira música relaciona-se com uma aproximação entre morte e ironia com o uso de um arranjo que se aproxima de funerais de New Orleans. E a mama, a grande mãe cantando, negra, voz rasgada, funde várias referências culturais e textuais. A As demais possui um caráter mais local, étnico brasileiro, mas relacionadas a uma estética rock, com distorção e tudo mais. Para trabalhar com algo mais fusion, não marco tanto uma bateria, uma seção rítmica típica. 



segunda-feira, 17 de junho de 2013

Não haverá aula dia 18/06

Olá pessoa, só repassando a informação que amanhã 18/06 não haverá aula. Só reunião de produção.

Abraços,
Angélica.